domingo, 12 de julho de 2015

Regata Moita Vila franca de Xira Com Vitória absoluta e relativa do DENEB

VITÓRIA ABSOLUTA

Sábado dia 04 Julho pelas 07,30, zarparam da doca do espanhol em Lisboa os grandes navegadores  José Louro da Costa, Pedro Maria de Alvim e Carlos Ahrens Teixeira rumo à ilha do Rato junto ao Montijo, para disputar a XIII regata Moita Vila Franca de Xira integrada nas festas do colete encarnado.
A viagem foi tranquila, e o Deneb com o seu novo motor Mercury de 6CV levou 1,30 horas contra a corrente, para vencer o percurso de aproximadamente 12Km.
Foi dado o sinal de partida
Chegamos 30 minutos antes da partida, e fomos recebidos a bordo do barco Varino da Câmara da Moita pelo presidente da Câmara e restante vereação, onde nos desejaram bons ventos com boa viagem.

A canoa Canastrinha encalhada
O planeamento desta viagem tinha sido feito por mim com muito cuidado, com um velho lobo do mar Sr Manuel, arrais de um barco do Rosário que me aconselhou o seguinte itinerário: 
Para sair da ilha do Rato com maré baixa, há duas opções, mas muito cuidado!  A primeira utilizar o canal do Montijo, e navegar para sul mas é o caminho mais longo. A segunda é passar junto ao farol do Montijo, entre dois recifes "a coroa dos Castelhanos" que são de formação de ostras, num canal que terá a largura de 1,5 metro.

Já tínhamos passado o perigo sem bater na coroa dos Castelhanos
Se a opção for a mais curta, não pode haver pressas, tem de se deixar a maré começar a encher, e depois fazer o  seguinte rumo: popa no farol e proa nos silos de Chelas.

O catraio Sra dos Aflitos encalhada
ÀS 10,00H foi dada a partida, e a opção da passagem junto ao farol foi tomada, além do Deneb, por mais três embarcações, (uma canoa, um catraio e um veleiro), homens experientes mas sem a calma necessária para perder algum tempo, os seus erros indicaram-nos o caminho, mas a nossa calma, e a sorte de haver a bordo o Carlos, homem bem conhecedor do mar, com a sua coragem e sabedoria, pegou no croque colocou-se a estibordo, e evitou que a corrente nos atirasse  para fora do canal, depois dei eu uma ajuda, e aqueles 300 metros aproximadamente foram ultrapassados, sem encalhar.
Depois desta dificuldade foi a falta de vento, mas uma suave brisa e a corrente levava-nos na direcção ponte Vasco da Gama, deu para apreciar as margens com as suas praias.

A passagem sob a Vasco da Gama
A uma distancia razoável, fizemos uma aposta: O tempo de viagem até à ponte seria, visto pelo Pedro de 30 minutos, pelo Carlos 45 minutos eu dei um pouco mais 90 minutos e é que ganhei! como as distancias enganam!
Ao passar por baixo do tabuleiro o Pedro dizia que passou bem perto, quase fez cócegas na barriga da ponte com a ponta da verga, eu acredito que não! 
Até passarmos por debaixo da Vasco da Gama, o vento era inexistente ou muito fraco, a corrente dava uma boa ajuda, na altura olhávamos para sul e víamos uns encalhados outros em frente a Almada e nós já a caminho da meta.

 Após a ponte levantou-se um vento de sul, chamado vento da barra que deu para fazer as delicias da tripulação e em especial do seu timoneiro.
Com grande mestria, dava as suas ordens para afinar a vela para que o barco pudesse ter o melhor rendimento e estabilidade. Assim, era uma corrida de folga mais, caça mais, até que o bordo fosse perfeito, e nessa altura a verga quase fazia um paralelo com a água permitindo-nos fazer uma popa arrasada.

Este bordo durou umas horas, foi desde a Vasco da Gama aos estaleiros da Argibay em Alverca. Durante este bordo um veleiro que vinha a motor, juntou-se a nós, perguntei qual a nossa velocidade? E a nossa corrida para a meta fazia-se a 9 nós, sendo 2 nós a velocidade da corrente e 7 a do barco.
Olhando para trás, o veleiro Lady Mary, também em regata com o seu balão vermelho, tentava passar-nos mas o Pedro dizia! Não vais ter hipótese e acertou, o vento mudou tiveram de baixar o balão e ficou para trás. Atrás do Lady Mary, podíamos observar outros barcos mas esses então vinham tão longe...
A partir daqui é que a viagem foi mais complicada, ou  de outro ponto de vista com mais adrenalina, os ventos por efeito dos montes apareciam de rajada, tanto de noroeste como de norte, mas muito instáveis. A inclinação do barco, permitia a entrada de uns bons litros de água, eu estava em prancha agarrado aos brandais, o Carlos contrabalançava como podia e dizia: grande barco, é um final de regata como deve ser, eu dizia cuidado Pedro está a meter água, o Pedro respondia tudo sob controlo.
A viagem de Alhandra, depois da mudança de vento não sei exactamente quanto tempo durou, mas para mim não foram mais de uns 20 minutos para fazer os 8 Km, a nossa velocidade era louca. Os comentários à nossa chegada eram: além dos parabéns, não acreditavam que chegássemos à meta sem virar, vínhamos com uma inclinação!
Chegamos sim e foi uma vitória absoluta e relativa.
Os campeões

 Nunca algum barco esteve à nossa frente ou se aproximasse muito, conseguimos um avanço de 5 minutos sobre o primeiro veleiro o Lady Mary e  30 minutos sobre a primeira canoa  e mais alguns minutos sobre o segundo catraio.

Vencedor absoluto










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